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A borboleta e o Furacão

Gira, brilha, e as cores que surgirem serão meu jardim. Vem calado, do céu, e estava em todo canto quando dei por mim. A minha volta sinto o vento que carrega o tempo, e a força como cresce o bater de asas de um sentimento, me assusta me entender e me enxergar real, queria ser tão leve e solto como um temporal, e o pesado corpo de um simples grão, desesperado sem saber que é uma rotação. E esse eterno retorno, entre eternos segundos, se fez mentira quando ela não quis mais voltar. É tão injusto separar dois mundos, mas se não fosse ela, quem iria se afastar? Eu ainda me despeço, mas vou ao fundo do poço, caso um dia você volte pra me machucar. Eu sei que dentro de ti tudo é quente e quieto, em meio a tanto barulho e o vento frio soprando. Eu sei que sou fraco, quieto, mas se não é você, então outro vento me carregando.
E vai sentir inveja, eu sei, quando descobrir que tudo em ti vem de mim, e o vento leve ao bater minhas asas, sopra pelo mundo até ficar assim. Todos te enxergam e poucos vão me ver, você só trouxe medo e eu o renascer, mas como o sol que não nasceu pra lua, eu faço minha tragédia e você faz a sua.

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