Não precisa dizer nada, basta me olhar como olhava naquele tempo que já passou. Não precisa dizer nada, só não me olha esse olhar entristecido, mordendo o lábio, mexendo nas pontas dos cabelos como quando encaracolava as pontas dos meus. Esse olhar de "eu já passei por isso tudo antes". Decorei esse olhar, pois costumava usá-lo nesses mesmos dias frios. O mês inteiro tem sido apenas isso, um dia frio. Custa a passar, mas passa... Passa o frio e o nosso mesmo olhar entristecido.
Prefiro você a ficar em paz (Waiting for the sun)
Insira o título que achar que deve
Era sexta feira,
cansada e falida como outra qualquer
Mas você liga
o tempo muda e tudo para.
É incrível o efeito que tua voz ainda causa em mim.
Era céu, era o inferno
era você.
Vestindo sua armadura em forma de pijama
defendendo com unhas e dentes tudo que era seu:
meu coração.
E o tanto tudo por dizer
não existia mais
tinha se perdido na madrugada
agarrada nas suas últimas palavras antes de dormir.
Que me espancaram
e de repente já era sábado
acordei vestindo um pouco de você
atordoado
vendo você entrar pelo quarto dizendo
"acorda, o almoço ta pronto
o pior já passou
o mundo te espera
os meus braços também
e acho que é com você que eu vou"
Muito acorde e pouco rumo
Um sorriso Arregalado,
iluminado por movimentos desajeitados
uma risada emocionantemente decorada
por um olhar perdido em pensamentos.
Mãos desenhadas,
Desenhadas à mão.
Dispersas e condecorada
com a companhia das minhas.
Companhia que lembra um abraço,
um laço, um sonho
Sonho com muito cafuné e pouco sono,
Muito acaso e pouco plano.
Muito acorde e pouco rumo.
Conquistas que teremos,
Sonhando ou vivendo
Voando ou correndo.
Não importa.
Deixo a vida nos falar,
e meus olhos te gritar.
Escrevi pra poder te dizer,
Que foi um prazer te conhecer.
monobloco
hesitação, nao dispara então esse tiro que me faria cair
ao invés disso me diz o que há por vir que eu cansei de supor
esse mundo louco me tira do sério, é tanta alma pra pouco ser
e sem querer invadem meu peito apunhalam por mal
parece normal pensar assim, me sinto um interprete de surdo-mudo
que não consegue filtrar tanto absurdo e cala-se pra não se ferir
retalho um abrigo recolho o ouvido pra não ouvir o silêncio
que mata implora e não traz gloria pra tanto sem fundamento
encosto porém e me permito respirar, indago menos caso
me afasto sem avisar e me preencho de vazio repasso a informação
Me torno meu próprio vilão mas de cabeça erguida não esquivo da ferida
que faz aberta, permaneço alerta pra mais um final garantido.
sem muita conversa e pouca despedida.
Quadrinha para um amigo
Quem é você afinal?
Se tua palavra não condiz com tua letra
Se teu começo não condiz com teu final?
Quem é você que chegou?
Porque agora me parece um estranho?
Achei que fossemos iguais.
Mas olha esse vazio
Olha o que deixou pra trás
Ainda prefere ficar sozinho?
Isso pra você é paz?
Rejeitar quem te quer bem
Quando o nada já te satisfaz.
Quem é você afinal?
Se tua história nem teve um começo
Pra que inventar um final?
Maré
Perdido..
Ancorado em um cais jamais visitado.
Amarrado e restrito.
O mar me busca em direção a ele,
e eu sem poder fazer nada,
Deito e aprecio a maré.
Batendo em meu casco,
assim como ela bate nas pedras..
Dava para ouvir em voz alta
o pedido do mar.
"venha... navegue-me."
E eu ali.. Preso por meras cordas
Em um lugar frio e escuro.
Enquanto o oceano inteiro grita por mim,
E a minha vontade de velejar em direção aos 7 mares,
aumenta..
minha força de vontade, despenca em uma cachoeira..
Cai sob uma rocha, e fica stagnada.. presa pelo acaso.
Opa, me desamarraram...
Tiraram minha ancora das salgadas águas e
abriram minhas velas.
Bom, me despeço aqui.
Deixarei que o mar me leve.
Já é hora de começar a explorar o inexplorado.
É hora de sentir a brisa leve,
de correr em direção ao todo e ao nada.
Hora de desaparecer em meio a planicie...
já é hora de viver.
Conto de Farsas
Quanto mais procuro por estabilidade, mais as pessoas à minha volta são instáveis. Ou talvez eu é que não saiba controlar esse ciclo inevitável e infinito de tudo-igual-mais-uma-vez-e-de-novo. Antes fosse um findo ciclo, ou talvez apenas previsível, pois assim poderíamos evitar e adotar o “cortar o mal pela raiz”. Antes, eu sabia fazer poemas, mas agora vejo as coisas como elas realmente são: meras imitações do passado, com algum toque de diferença para ninguém perceber que tudo é efêmero, tudo se parece, mesmo que se conheça pessoas diferentes, vá a lugares diferentes ou sinta algo mais intenso ou apenas superficial. Situações que se repetem e fingimos não perceber. Talvez eu esteja sendo realista demais, talvez eu esteja apenas sã com o meu pseudo racionalismo. Tento encontrá-lo, mas só encontro vestígios e alguém que tenta passar uma imagem de forte e racional, quando na verdade, é apenas mais um que espera por algo diferente que o fará mudar de pensamento. Um pensamento de “as coisas bonitas já não acontecem mais”. E eu sei que não acontecem, pois existem vários “eu” espalhados por aí que não se deixam levar por algo que poderia ser diferente, já que no fundo sabem que só haverá repetição. E por isso só há repetição. Pois acreditamos que “as coisas bonitas já não acontecem mais”.
Entre as asas e o vento.
Sopra o vento.
Batem as asas.
Abre o sorriso.
Os olhos se fecham.
Dorme o presente.
O Sonho acorda,
O medo se vai,
O acaso aparece,
E o futuro transforma.
Os olhos acordam,
As asas se deitam,
o vento se torna o medo
e o acaso o sonho.
O presente é o futuro,
O medo é o acaso,
Os olhos são sonhos,
E as asas o vento.
O vento sou eu
O sonho as asas,
O futuro o medo,
O acaso o presente.
Volta o cão arrependido
Quando a gente tenta o tanto o faz
e morde a lingua sem saber porque.
Quando a gente pede pra parar
e procura pelos cantos mesmo sabendo que não esta lá.
Quando a gente tenta o esquecer
e o resto do mundo esta lá pra te lembrar.
Quando a gente perde o sentido
e percebe que ele não faz falta alguma.
Quando a gente tenta o não dá mais
e a frase não chega a boca
trava na garganta em feito um nó.
E finalmente
quando a gente tenta o caminhar
ela aparece.
É quando a gente tenta o tentar
De novo e de novo.
A borboleta e o Furacão
Você esquenta, o sangue arde e o tempo passa.
Você Sou eu, sou eu Você;
Já faz 21 pra mim, que eu existo, e toda vez
que aniversariamos, como nosso também é teu,
é amor, o único amor, amor que escorre aos litros
que tapa os ouvidos, que dissolve transparência
que alimenta sonhos, que rompe barreiras,
que sustenta a vida, que move montanhas.
Gratidão, A vocês que abraçam nossos sonhos
como se fossem teus, que abraçam a gente como
se não soubesse que cada 'eu' aqui é reflexo de vocês,
então obrigado.
Obrigado Mãe, por me segurar por nove meses
por me trazer até aqui, Por ter pensado em criar alguém
forte, por não pensar só em dinheiro,
por provar que Amor existe, Por acreditar em cada mentira
por esquecer toda decepção, Pelos dois pasteis e um refresco
pelos Jogos de supernintendo por mês, por bater em mim
por me dar dinheiro, por me ouvir falar, me ouvir chorar
por me achar lindo mesmo quando era emo. por me ajudar a procurar
meu primeiro emprego, por não me cobrar amor
por ser rockeira comigo, por aprovar minhas namoradas idiotas
por me falar que a gente vem da cegonha mas nos mandar
usar camisinha.
Por brilhar, por existir, Por mim, Por nós, pelo mundo
pois nosso mundo é vocês.
A gente ama vocês.
Homenagem às mães mais iluminadas do mundo:
Laura, Val, Martinha, dona Beth, Adriana e Mãe do Graub
♥
Caso o fim não exista
É incrível pensar no rumo que as coisas tomam. O vai e vem que as coisas são, o vai e vem de tudo que acontece em nossas vidas. Despedidas e encontros. Reencontros, pois nem tudo precisa ter um final, afinal. E eu não acho que hoje seja o nosso. Quando algo acaba, nós sabemos que acabou, mesmo que demoremos dias, meses, talvez anos para aceitar. E não sobram tantos resquícios, apenas a experiência e algumas lembranças que se vão com o tempo. Mas e quando, apesar dos muitos pesares e de parecer ser tão impossível, você ainda sente que isso tudo não é o fim? Não acabou, há algo a mais, não vivemos nem um terço do que ainda viveremos. Será que existe mesmo isso de “tudo tem a sua hora”? Prefiro dizer que não, pois o “não” quer dizer que não restam mais esperanças, que iremos seguir em frente e fingir que passou – e que foi fácil. Mas a verdade é que após te conhecer, eu digo que sim. “Sim” para tudo que envolva eu e você em uma única frase clichê de uma canção de amor qualquer.