Abandono meu fardo
e corro em forma de soneto.
Eu descalço, largo o fardo de ser previsível,
De ser mais um, seguindo mais um padrão, criado por mais um.
Deixo a rotina e a constância na beira da estrada
e vivo. Apenas.
Eu e minha constância inconstante
Eu e meu vidro opaco
Meu espelho turvo
Meu sorriso sujo.
Largo também a seriedade,
dou espaço pra felicidade sentar-se
e me divirto com o notório acaso.
Decifra-me ou devoro-te.
Abrace-me ou nem me olhe.
É assim que as coisas são.
Constantes inconstâncias,
Valores ilegíveis,
Sorrisos Mastigados
E beijos não dados.
Amores perdidos
corações encontrados.
Rancores sofridos
Sorrisos não reparados.
Agora me despeço.
Mais não se engane
São das cinzas que
saem os mais lindos versos.