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eu caminho na cidade sem ninguém

a cidade sem ninguém originalmente é um conto infantojuvenil japonês de muito sucesso por lá, onde a personagem anda por uma cidade abandonada refletindo sobre o que é encontrar alguém pra si, ao que ela se refere como 'meu único'. não tive a oportunidade de ler o livro traduzido, mas tive referências em dois animês: 'chobbits', cuja trama é deveras baseada no livro, e em 'x-holic', onde o livro é citado no episódio três da primeira temporada. não sei como, onde nem porquê resolvi fazer uma música sobre isso, mas o fato que hoje eu acordei diferente. vesti o meu melhor sorriso e havia uma leve ansiedade na boca do estômago. e comigo a minha velha mania de ver esperança onde quase já não há, mesmo estando tudo perdido. alheio a tudo isso, enfrentei os percalços do cotidiano inevitável de peito aberto hoje. o frio ajuda um pouco. mas nas duas horas do caminho até aqui, eu percebi que realmente essa é uma cidade sem ninguém (talvez só pra mim, mas vamos generalizar um pouco). a um verso na música que diz 'eu pensei que talvez alguém quisesse ouvir, as batidas do meu coração, acho que não, foi muito tarde, todos já tem alguém a quem ouvir'. e de fato, os tempos são difíceis para encontrar alguém que veja tudo de uma forma tão simples quanto a vida tem de ser. eu não sei em que parte da história a humanidade passou a ter medo do sentimento que fomos criados pra sentir: amor. o medo de se ferir impede de viver. a mania de sabermos tudo o que acontece em um romance (ou num simples relacionamento interpessoal entre amigos) nos impede de tentar fazer algo diferente pra variar. e não cair na mesmice de viver as histórias alheias ou de se prender ao passado, que se fosse bom não era passado, e sim presente ou futuro. essa é uma cidade sem ninguém pra mim, porque não há ninguém que se preocupe em entender que não há nada de mais em voar. o medo de cair é o que faz tuas asas pararem de bater. essa é uma cidade sem ninguém porque o romance está em apuros, vencido e encurralado por algo que ninguém sabe explicar, sem poder de reação. e eu que não tenho aonde ir, acho que o problema é a escolha do 'meu único', que não quer escutar batidas de coração algum. e há um outro trecho da música que diz: 'não faz muito sentido se entregar a um coração, que diz que aqui não há ninguém'. pura contradição infantil. mas pergunto: e eu, que não tenho aonde ir?

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4 comentários:

MARTA LEANDRO disse...

Aonde ir? Acho que tá no caminho certo, Rodrigo! Parabéns por mais um belo texto. And go on :)

G. disse...

Sempre vestindo sorrisos DHASDHSUA

Rodrigo Vieira disse...

De preferencia azuis HDAIUDASD

Lisieux disse...

Muito bom, concordo e sinto a maioria do que falou! Esse 'não haver ninguém' muitas vezes é causado pela própria rendição, que você mencionou, do medo de se ferir e de "saber" tudo que vai acontecer, né. Por esses motivos as pessoas acabam se permitindo ficarem vazias.

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